As guerras, os políticos, os ditadores, as religiões e a cultura do ódio!
Ensaio de catequese conciliadora
Por Administrador
Publicado em 24/07/2025 19:39 • Atualizado 24/07/2025 19:55
Fé, religião e espiritualidade

Sou católico e estudei História do Mundo, História da Igreja, História das Igrejas e das Religiões. E aprendi o suficiente para saber quem cria guerras, quem as declara e quem perde as terras e quem morre sob as bombas.  

E sei do papel das religiões como apaziguadoras ou como incitadoras de ódio, às vezes no púlpito, às vezes nos livros e às vezes nas suas teologias de vingança, de vitória  e de eleição de um povo. Será mesmo que Deus secundaria todos os povos em favor de um só?  

A Bíblia, que diz isso em alguns trechos, também em outros trechos diz que Deus ama a todos os indivíduos e povos e chama todos com igual amor!  E aí vêm  os pregadores dizendo que seu grupo de fé é mais escolhido que os outros grupos!  Só não diz que quem mais favores recebeu tem mais  responsabilidade de viver pelos outros!  E não é o que acontece com milhões de louvadores e eleitos… 

Os fiéis crescem ouvindo que Deus os escolheu, mas não crescem ouvindo que, às vezes,  um povo vence e outras vezes perde. Os cristãos e judeus deveriam saber isso dos seus rabinos e dos seus bispos e padres e pastores. 

Deveriam divulgar a história do judaísmo, de Moisés  de Jesus e dos santos cristãos. E os muçulmanos devem ter muitas suras do Alcorão nas quais Maomé manda acolher os outros e amar os inimigos. Os trechos de violência, assim como na Biblia, são coisas de pregador que busca a vitória e despreza a História! 

Sempre houve  amor e ódio racial e religioso. E os amorosos nem sempre venceram! O amor nem sempre venceu.  Milhões foram martirizados porque queriam a paz para o mundo e para seu povo.  

“Deus proverá” e o “amor vencerá” são piedosos desejos,  mas a realidade é que, ou damos a vida servindo os outros sem levar vantagens econômicas e sem perseguir a fama, ou seremos apenas mais um grupo repetidor de frases bonitas e prontas. 

Jesus e dez dos seus apóstolos morreram por implantar o Reino de Deus.  E nenhum deles tinha armas. E, por ordem de Jesus, Pedro teve que guardar a adaga na bainha. Morreram, mas não pegaram em armas!

A mesma Bíblia em milhares de versículos ensina o incessante diálogo, a constante misericórdia e o perdão generoso. Cabe aos pregadores lembrar estas coisas, porque pregadores severos demais fazem mais mal do que bem em qualquer religião! 

Quando aiatolá, rabino, padre, pastor e catequista e mestre ensina que sua igreja ou sua religião e seu grupo de fé é mais eleito do que os outros, esta doutrina  cria inimigos e não irmãos! 

Daí a entrar em guerra é questão de anos ou décadas. O veneno da    segregação já terá  penetrado em milhares de corações.  E os fanáticos com viés político ou religioso acham que só seu grupo é  irmão. Os outros são ou adversários ou inimigos e devem ser aniquilados.  Olhem os dirigentes dos povos em guerra. Não querem apenas vencer: querem aniquilar o outro povo! 

Daí a ver o outro como demônio, satã, pecador, canceroso, é um passo. É o que está acontecendo até entre piedosos católicos que nos chamam de câncer da Igreja... Os motivos são políticos, mas disfarçam como sendo salvação das almas!

Fizeram isto com Jesus e, de calúnia em calúnia levaram-no à cruz. Mas tudo o que Jesus queria era que fôssemos capazes de dialogar e respeitar o outro!  

Na guerra,  o que menos sobrevive é a paz. 

Há séculos, religiosos poderosos continuam fazendo loucuras  para conquistar adeptos, mais para suas religiões e igrejas do que para Deus. 

Os políticos querem mais territórios, mais muros e mais juros, mais armas e mais hegemonias, não importa se as cidades viram pó e escombros,  nem quanto sangue e quantos milhares morrem.  

As bombas não atingem  apenas  coisas e casas. Morrem milhões de pessoas inocentes em carnificinas demoníacas.  

Putin está em guerra há três anos e ameaça arrasar com a Ucrânia, que já foi arrasada nos 1930 pelos comunistas russos. Mas Putin está falando em paz no mundo, enquanto ameaça com uma terceira guerra mundial.  

Sabem quantas bombas atômicas de menor ou maior potencia estão estocadas no mundo? Perguntem aos jornalistas sérios. E os cientistas também sabem!  

Se alguns políticos e ditadores loucos apertarem os botões, quem sobrar talvez morra de fome e de inanição porque a radiação não permitirá que as plantas cresçam! 

Você já orou pela humanidade hoje?   

Os demônios e o inferno não estão lá em baixo. Estão nos palácios ditatoriais, nas armas  e nas usinas de morte e no ódio de um grupo contra o outro, a começar pelas igrejas uma perto da outra, mas cujos pregadores nunca se visitam. 

Cada um reza ao seu querido e amado Jesus, mas no mesmo bairro e na mesma avenida nunca houve um encontro deles no estádio municipal, nem para coletar alimentos para os pobres e sem emprego!

É a mentalidade de gueto e do só nós, ou do primeiro nós e os outros que se convertam… E ainda dizem que são cristãos ou humanistas!...

 

PRECE

Para pedir uma fé inteligente

Num mundo cheio de profetas, pregadores de antigas e novíssimas religiões, cada qual a dizer que tem o conhecimento da verdade mais verdadeira e a revelação mais plena;

num mundo de muito dinheiro de dízimo e de outras fontes, que financiam um poderoso marketing da fé e joga nas casas dos fiéis centenas de porta-vozes do Céu;

num mundo de revistas, rádio, televisão, Internet e outdoors, onde o tempo todo somos bombardeados com algum convite para mudarmos de religião e irmos lá, onde parece que agora estás;

concede-nos, Senhor, a graça de encontrar-te, não onde eles dizem que te acharemos, mas onde quer que te achemos!

Dá-nos inteligência, maturidade e discernimento para saber quais deles são profetas e quais são charlatões. É gente demais falando em teu nome e a dizer coisas que jamais dirias!

Pe. Zezinho SCJ - Livro Espiritualidade Conciliadora, página 208)

 

 

Pe. Zezinho SCJ (José Fernandes de Oliveira) - https://www.facebook.com/padrezezinhoscj

Escritor de mais de 300 livros, milhares de artigos e professor de comunicação, pioneiro e referência da música cristã; inúmeras dentre suas mais de duas mil canções (com letras sempre conforme a original doutrina cristã) estão entre as mais cantadas por católicos, evangélicos e outros, ainda que, por vezes, nem sequer saibam ser ele o compositor. Nas décadas de 1960 a 1980 foi considerado o padre cantor mais conhecido do mundo: feitos altamente notáveis, já que jamais se submeteu à mídia convencional, não fez média para agradar e tudo que arrecadou  com seus livros, apresentações e discos foi e é destinado a obras sociais. Profundo estudioso e disseminador da história e doutrina da Igreja e das religiões, defensor do ecumenismo, do diálogo inter-religioso e do respeito entre os diferentes. Em 2025 completará 84 anos e há 13 anos, por causa de AVC e outras enfermidades, parou de viajar pelo mundo, reduzindo suas atividades a estudar, compor, escrever e, eventualmente, gravar (raramente com sua voz e somente com pequeninas participações).

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!

Chat Online