A educação técnica, por muito tempo vista apenas como uma via de acesso rápido ao mercado de trabalho, vem ganhando novos contornos diante das exigências da Indústria 4.0. 
Mais do que domínio sobre ferramentas e processos, empresas têm buscado, cada vez mais, por profissionais com habilidades comportamentais: as chamadas soft skills. 
Segundo o relatório Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, 39% das habilidades exigidas pelos empregadores devem mudar até 2030.
 
O que é educação técnica?
 
A educação técnica é uma modalidade de ensino voltada para a formação prática de profissionais em áreas específicas do setor produtivo. 
Geralmente oferecida em nível médio ou como cursos subsequentes à conclusão do ensino regular, ela prepara o aluno para exercer funções técnicas com maior agilidade na inserção no mercado.
 
O que é uma formação técnica?
 
Uma formação técnica envolve a combinação de conhecimentos teóricos e práticos em áreas como mecânica, eletrotécnica, automação, logística, informática, entre outras. 
Ao concluir um curso técnico, o profissional está apto a atuar diretamente na operação, manutenção ou gestão de processos em ambientes industriais, tecnológicos e administrativos.
 
O que é a Indústria 4.0?
 
A Indústria 4.0 representa a quarta revolução industrial e se caracteriza pela integração de tecnologias digitais nos processos produtivos. 
Isso inclui o uso de inteligência artificial, internet das coisas (IoT), big data, robótica avançada e automação para aumentar a eficiência e personalização na produção. 
Nesse novo modelo, espera-se que os trabalhadores dominem não apenas máquinas e ferramentas, mas também saibam interpretar dados, propor melhorias e colaborar em ambientes altamente tecnológicos.
 
Competências do futuro em alta
 
Para Sarah Saldanha, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o dado do Fórum Econômico Mundial mostra que é necessário formar jovens para o presente e, ao mesmo tempo, prepará-los para um futuro em constante transformação. 
“Acompanhamos essas tendências de perto e trabalhamos para antecipar demandas, formando profissionais com mentalidade ágil, capacidade de adaptação e senso crítico”, afirmou Sarah ao portal Metrópoles.
O head de Educação e Carreira do IEL de Goiás, Dadson Moraes, apontou ao Metrópoles que o Brasil ainda enfrenta desafios para atender às novas exigências do mercado. “Em comparação com países mais industrializados, como Alemanha, Japão e Coreia do Sul, o Brasil ainda apresenta lacunas em áreas como educação técnica, digitalização de processos e integração entre indústria e academia”, afirmou.
Ele ressaltou ainda que atividades baseadas em tarefas repetitivas, análise de grandes volumes de dados e decisões baseadas em padrões serão as mais afetadas pela automação e inteligência artificial. 
Em contrapartida, haverá espaço crescente para profissionais com habilidades humanas como criatividade, pensamento crítico, empatia e domínio tecnológico.
 
Habilidades socioemocionais em destaque
 
Nesse cenário, as habilidades socioemocionais têm se tornado protagonistas. Qualidades como comunicação, empatia, colaboração, inteligência emocional e pensamento crítico passaram a ser cada vez mais valorizadas nos processos seletivos e na retenção de talentos.
“Saber operar uma nova tecnologia é importante, mas saber trabalhar em equipe, liderar projetos e resolver conflitos é o que diferencia os profissionais que crescem na carreira”, destacou Sarah em entrevista ao Metrópoles.
Para os especialistas ouvidos pelo portal, investir no desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais de forma integrada é o caminho para formar profissionais completos e preparados para os desafios e oportunidades da nova economia.
 
Vanessa Cunha: publicitária e analista de conteúdo com formação em redação jornalística, especialista em análise de tendências de RH, carreiras e comportamento organizacional. Crio conteúdos estratégicos, baseados em dados e insights de especialistas, para auxiliar gestores na tomada de decisões em gestão de pessoas. Rh Portal.